A febre maculosa é uma doença febril aguda, de gravidade variável, causada pela bactéria parasita intracelular obrigatória Rickettsia rickettsii.
Os humanos são hospedeiros acidentais, não colaborando com a propagação do parasita.
A transmissão é feita pelo carrapato Amblyomma cajennense, conhecido como “carrapato estrela”, “carrapato de cavalo” ou “rodoleiro” e cujas ninfas de seis pernas são conhecidas por “carrapatinhos” ou “micuins”, e as ninfas de oito pernas por “vermelhinhas”.
Esses carrapatos podem ser encontrados em todas as fases como ectoparasitas de aves domésticas (galinhas, perus) e silvestres (seriemas), mamíferos (cavalo, boi, carneiro, cão, etc.) e cobras.
Humanos são hospedeiros acidentais, mais frequentemente atacados pelas fases de ninfa – micuins e vermelhinhos.
Uma vez infectados pela bactéria R. ricketsii, esses carrapatos assim permanecem durante toda a sua vida; as fêmeas transmitem essas bactérias aos descendentes, o que mantém a contaminação por muitas gerações.
Para que a bactéria se instale no corpo humano, há necessidade de o carrapato ficar aderido à pele entre quatro e seis horas no mínimo.
A contaminação pode também ocorrer por lesões na pele pelo esmagamento do carrapato.
Após o contato com o carrapato infectado, o ser humano leva de dois a quatorze dias (em média sete dias) para apresentar os primeiros sintomas, que são inespecíficos: febre, náuseas, vômitos, dores de cabeça e dores musculares.
Sinais específicos, que são as manchas (máculas) avermelhadas no corpo, começam a surgir entre o terceiro e o quinto dia de febre, iniciando-se pelas palmas das mãos e solas dos pés, progredindo pelos membros até alcançar o tórax e o abdômen.
Quando as máculas atingem essa magnitude, o quadro clínico é considerado grave, podendo evoluir para a morte.
Sem tratamento a morte ocorre em 70% dos casos, mas com tratamento cai para menos de 5%.
Como os primeiros sinais são inespecíficos, o diagnóstico pode não ser feito de forma rápida, retardando o tratamento, o que pode levar a complicações da doença.
Uma vez diagnosticado, o tratamento é feito com antibióticos que só devem ser tomados sob recomendação médica.
No Brasil, foram registrados mais de 200 casos de febre maculosa, entre os anos de 2000 e de 2005, em Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Santa Catarina; 30 % desses casos terminaram com a morte desses pacientes.
As principais medidas profiláticas são:
- Ter em mente quais são as áreas consideradas de risco para febre maculosa;
- Evitar caminhar em áreas conhecidamente infestadas por carrapatos no meio rural e silvestre;
- Quando for necessário caminhar por áreas infestadas por carrapatos, vistoriar o corpo em busca de carrapatos em intervalo de três horas, pois, quanto mais rápido for retirado o carrapato, menor será o risco de contrair a doença;
- Criar barreiras físicas: calças compridas com parte inferior por dentro das botas e fitas adesivas dupla-face lacrando a parte superior da bota. Recomenda-se o uso de roupas claras, para facilitar a visualização dos carrapatos;
- Não esmagar o carrapato com as unhas, pois com o esmagamento pode haver liberação das bactérias que têm capacidade de penetrar através de micro lesões na pele. Retirá-los com calma por meio de leve torção e com auxílio de uma pinça, para liberar as peças bucais;
- Aparar o gramado bem rente ao solo, facilitando assim a penetração dos raios solares;
- Fazer o controle químico nos animais domésticos por meio de banhos estratégicos de carrapaticidas.