quinta-feira, 7 de outubro de 2010

As defesas artificiais contra os parasitas (1)


Embora normalmente o organismo disponha de mecanismos para se defender sozinho das agressões que o atingem, às vezes é necessária uma intervenção externa, para que a reação seja mais rápida ou eficiente.

Nesses casos utilizam-se as chamadas defesas artificiais.

O soro

Quando um indivíduo sofre ferimentos suspeitos de contaminação por agentes como o bacilo do tétano ou quando é mordido por cobras venenosas, não devemos esperar que seu corpo produza anticorpos, pois esta produção é muito lenta em relação à capacidade de proliferação da bactéria ou ao alto poder tóxico do veneno.

A solução nesses casos consiste em inocular no indivíduo os anticorpos produzidos por outro animal que foi previamente colocado em contato com o veneno ou com o agente infeccioso (antígeno).

Aplicamos então um líquido obtido a partir do sangue do animal, o soro, com uma quantidade apreciável de anticorpos, que começam imediatamente a neutralizar os antígenos. Isso dá tempo ao indivíduo doente para produzir seus próprios anticorpos e impedir a progressão da infecção ou da intoxicação.

A preparação dos soros pode ser feita em cavalos, coelhos ou cabras que recebem quantidades não mortais de antígenos, em doses progressivamente maiores, e por isso, produzem grande quantidade de anticorpos. O soro então é retirado do sangue do animal e armazenado para o uso em indivíduos eventualmente atingidos pela doença.

Esse tipo de imunização em que o indivíduo adquire imunidade contra doenças de forma passiva, isto é, sem que seu corpo produza os anticorpos, é chamado de imunização passiva.

Essa imunização começa cedo, durante a vida embrionária, quando a criança recebe anticorpos através da placenta e continua após o nascimento, quando o recém-nascido recebe anticorpos já prontos da mãe através do colostro, o primeiro leite produzido (até o 7º dia).