Esquistossomose
Também conhecida como "barriga d'água", "xistose" ou "doença do caramujo".
A esquistossomose é causada pelo Schistosoma mansoni, que parasita, na fase adulta, os vasos sanguíneos do sistema porta-hepático (que ligam o intestino ao fígado).
Existem parasitos machos e fêmeas (sexos separados).
Na fase adulta, medem alguns milímetros, tornando-se, portanto, passíveis de serem vistos a olho nu.
Para completar o ciclo biológico esse parasito precisa de dois hospedeiros: um intermediário (caramujo) e outro definitivo (homem).
Ciclo biológico do parasito:
No acasalamento, o macho, que é achatado, abriga a fêmea, que é cilíndrica e alongada, em uma depressão longitudinal no meio do corpo (canal ginecóforo).
Após a fecundação, as fêmeas eliminam os ovos, que atravessam a parede dos vasos e saem com as fezes do indivíduo parasitado.
Esses ovos apresentam em seu interior uma larva chamada miracídio.
Quando lançados na água (lagos, rios, córregos), juntamente com as fezes, esses ovos eclodem, liberando os miracídios que nadam ao encontro do caramujo (Biomphalaria glabrata).
No caramujo, essas larvas desenvolvem-se e reproduzem-se assexuadamente.
Como no corpo do caramujo ocorre apenas a reprodução assexuada, ele é considerado o hospedeiro intermediário do Shistosoma mansoni, enquanto o ser humano é considerado hospedeiro definitivo.
As larvas saem do caramujo (fase em que são chamadas de cercária) e passam para água e penetram através da pele das pessoas quando estas entram em contato com águas contaminadas.
Após a penetração no hospedeiro, a larva evolui, se diferencia e cresce até alcançar os vasos do sistema porta, onde permanecem já na fase adulta.
Além de desviar os nutrientes do indivíduo doente para seu próprio consumo, esse verme pode causar complicações hepáticas e intestinais, ocasionando diarréia, dores abdominais e rápido emagrecimento.
Ao penetrar na pele, pode provocar forte reação alérgica, com sensação de coceira, vermelhidão intensa e dor.
A obstrução do sistema porta-hepático causa problemas circulatórios que, por sua vez, acarretam a congestão e edema das paredes do intestino, e do estômago, bem como perda de parte do plasma para a cavidade abdominal.
O diagnóstico é realizado através de exame de fezes.
O combate à esquistossomose se baseia no extermínio dos caramujos e na orientação às pessoas para não terem contato com a água em locais suspeitos e contaminados, bem como a orientação à população para não defecar no campo ou sobre rios.
O tratamento da doença exige assistência médica e hospitalar.